
Já alguma vez sentiu que ser otimista é uma questão de personalidade — algo com que se nasce ou não? A ciência diz o contrário. Investigadores revelam que o pensamento otimista pode ser treinado, e o mais surpreendente: isso provoca mudanças reais e significativas no cérebro.
Pensar de forma positiva sobre o futuro não é apenas uma questão de atitude — é um processo que remodela fisicamente o cérebro. Este fenómeno, conhecido como neuroplasticidade, mostra como os nossos pensamentos podem influenciar a estrutura e o funcionamento do cérebro ao longo do tempo.
De acordo com Jennice Vilhauer, diretora do Programa de Psicoterapia Ambulatorial para Adultos da Emory University, o pensamento positivo orientado para o futuro funciona como um verdadeiro exercício mental, capaz de estimular circuitos cerebrais responsáveis pela tomada de decisões, regulação emocional e definição de objetivos.
Um estudo publicado na Frontiers in Psychology (2019) observou que pessoas que praticam regularmente a visualização de um futuro positivo apresentam mais atividade no córtex pré-frontal — uma área essencial para planear e manter o foco em metas. Outro trabalho, divulgado no Journal of Positive Psychology (2020), mostrou que a esperança ativa regiões do cérebro ligadas à motivação e à recompensa, como o estriado ventral e o córtex orbitofrontal medial. Ou seja, sentir esperança pode literalmente “ligar” o nosso sistema de prazer interno.
Em termos químicos, o otimismo estimula a libertação de dopamina (neurotransmissor da motivação e antecipação do prazer) e serotonina (relacionada com o humor e a estabilidade emocional).
Um estudo da Social Cognitive and Affective Neuroscience (2017) descobriu ainda que os otimistas lidam melhor com o stress, apresentando mais atividade em regiões como o córtex cingulado anterior, responsável pela regulação emocional.
Mas pensar positivamente nem sempre é fácil. Temos uma tendência natural para o negativismo — um legado evolutivo que nos ajudava a identificar perigos, mas que hoje pode atrapalhar o nosso bem-estar.
Além disso, a ansiedade face à incerteza e a falta de objetivos claros dificultam a visualização de cenários positivos. Quando não sabemos para onde vamos, é difícil acreditar que vamos chegar a algum lado bom.
A boa notícia é que o otimismo pode ser desenvolvido com prática. Psicólogos recomendam abordagens como a Terapia Orientada para o Futuro (Future Directed Therapy – FDT), que recorre a técnicas comprovadas pela neurociência, tais como: Visualização positiva do futuro; Definição de objetivos concretos; Prática de gratidão e Mindfulness (atenção plena)
Estes métodos ajudam a criar novas ligações cerebrais e reforçam padrões de pensamento mais positivos, focados em soluções e possibilidades.
Ser otimista não é estar alienado da realidade, mas sim escolher focar-se nas possibilidades, em vez dos obstáculos. O cérebro adapta-se à forma como pensamos — por isso, cada pensamento positivo é um passo para um cérebro mais forte, resiliente e motivado.
A vida nem sempre facilita, é verdade. Mas não custa tentar ver o copo meio cheio — o seu cérebro agradece!
Bem hajam,
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Psicopedagogo, Consultor Empresarial, Executive e Life Coach