Já reparou na forma como se lembra duma história inspiradora que lhe foi contada e na sua capacidade de conseguir, não só de a interiorizar, mas também de a replicar junto de terceiros?
Mais do que isso, já percebeu como uma determinada história de superação, de empreendedorismo, de contribuição social ou de qualquer outro tema, o faz mudar o seu próprio padrão de pensamento, mexendo com os seus comportamentos, crenças, valores e até mesmo propósito?
Isto é normal e os estudos avançam com a informação de que apenas 5% das pessoas se lembram dos gráficos e estatísticas apresentados numa reunião, enquanto 63% se lembram facilmente de uma história bem contada.
Saber contar histórias é uma habilidade fundamental para um bom gestor de pessoas nas organizações.
O Storytelling ou meramente uma boa história sempre existiu, mas dentro das organizações é recente e somente começou a ser usado como estratégia de comunicação na década de 90. O storytelling não é apenas um relatar de histórias, a sua essência está na narrativa.
Essa narrativa, que precisa contar uma história real de forma envolvente, não pode ser considerada uma técnica ou uma fórmula pronta, tem que ser criada a partir de um processo que leva em conta diversos detalhes.
O profissional que vai captar as informações para contar a história tem que levar em consideração o contexto da cultura da organização.
Podendo ser contadas em diversos formatos, com ou sem recursos audiovisuais, existem 4 grandes pilares na forma de relatar uma história de forma bem sucedida junto de colaboradores, a saber:
Atrair a atenção;
Gerar a emoção;
Facilitar a compreensão;
Garantir a memorização da mensagem;
A utilização desta narrativa é especialmente aplicável em reuniões individuais com colaboradores, bem como em reuniões de grupo de equipas numa filosofia top-down, ou seja, quando é utilizada por uma chefia junto dos seus colaboradores hierarquicamente abaixo.
Os momentos mais adequados em que é utilizado este storytelling podem ser diversificados, mas em momentos de crise de motivação das equipas ou em momentos de iniciação de um novo colaborador na organização, estas histórias são ferramentas bastante oportunas.
Mas afinal, que história contar?
Aqui, as opções são múltiplas, mas havendo uma história de sucesso do chefe máximo da organização, ela deve ser bastante esmiuçada de forma a perceber se existiu na sua história de vida momentos marcantes de superação e ao mesmo tempo altamente inspiradores para quem os ouve.
Um novo colaborador, ao ouvir a história da empresa contada com critério, de forma detalhada e completa poderá alinhar os seus comportamentos aos valores da organização.
Adicionalmente, também em reuniões periódicas de equipas, uma chefia poderá utilizar a sua experiência numa função passada em forma de conto, de forma a que possa passar a mensagem das suas etapas de superação junto do seu colaborador e assim ele perceber o que há para além das dificuldades.
É importante que seja algo que esse colaborador, embalado pela história, consegue desde já visualizar, sentir, criar emoções em si, inspirar-se ao fim ao cabo e perceber qual é o ganho que vai ter perante uma persistência de superação em torno da dificuldade.
Resumindo, registem os vossos momentos épicos de vida profissional, aquelas pequenas vitórias e criem um conto.
Estruturem esse conto, coloquem toda a emoção sentida nessa história e inspirem os vossos próximos… eles vão agradecer, até porque se foi importante e inspiradora para você próprio… também será certamente inspiradora para quem a ouve!
HUGO GASPAR
Consultor | Formador | Master Practitioner em Programação Neurolinguística
Licenciado em Economia, Especializado em Empreendedorismo, Gestão de Negócios e Pessoas.