Conhecem a história da experiência do sapo fervido?
O que é que tem a ver com nosso dia a dia? Quantas vezes se sente ou já se sentiu como o tal sapo fervido?
A experimento consistia em aquecer uma panela com água até o ponto de fervura e depois colocar um sapo vivo lá dentro. É cruel, eu sei, mas o que acontece é que o sapo rapidamente pula para fora, pois o choque térmico faz com que ele reaja instantaneamente para não morrer escaldado… o sapo nem pensa, apenas salta para fora daquela situação de risco. Noutra panela é colocado um novo sapo, mas água está na temperatura ambiente. Liga-se o lume e a água vai aquecendo, aquecendo e o sapo confortável nem percebe vai morrer cozido… este é o facto: ele não percebe e morre, pois fica naquela zona de conforto do “quentinho e agradável”, como muitos de nós no cotidiano.
Frases do tipo: “ah, eu conheço o serviço”, ou “estou aqui a tanto tempo que já sei fazer de olhos fechados”, ou ainda “aqui sempre foi assim”, revelam o síndrome do sapo fervido. A maioria dos seres humanos procura conforto. E isto até é normal. O nosso cérebro é programado para o mínimo esforço. Porém, quando mantemos aquela sensação do “quentinho e agradável” é que o problema aparece. O medo da mudança. O medo de não dar certo. O medo de tentar diferente. O medo de não conseguir. O medo do novo, do diferente, do risco…
Seguramente que já se sentiu assim algumas vez! Diariamente questiono-me se estou a agir como o primeiro sapo, que salta para fora quando percebe que da forma como as coisas estão não valem a pena, ou aquele outro que se vai acomodando ao modelo pré-estabelecido, mais tranquilo, mais favorável e, consequentemente, comodista.
O facto é que estamos a viver numa época de mudanças cada vez mais rápidas e aqueles que não saltam fora no momento certo acabam por se acomodarem a velhas ideias e atitudes. Correm o sério risco de ficarem obsoletas, ultrapassadas e chatas.
Assim, seguem algumas dicas para sair da zona de conforto ou do síndrome do sapo fervido:
- Estude, mas não fique absorvido pelas ideias dos outros.
- Questione, mas sem ser aquele/a chato/a de serviço que tudo contraria.
- Reflita, mas sem ficar horas ou dias num mesmo sitio e deixar de perceber e sentir a beleza da vida à sua volta.
- Ouça, mas também tenha a coragem de opinar, de propor as suas considerações a respeito de algum assunto.
- Seja mais curioso e arrisque de vez em quando! Procure algo que não conhece, nunca viu, nunca sentiu, nunca comeu, nunca leu, nunca ouviu, nunca visitou, nunca experimentou…
É claro que para tudo isso é necessário ter coragem, pois só assim a vida se torna mais rica, interessante e aberta para as diversas e novas possibilidades. Um grande detalhe é que as escolhas estão sempre nas suas mãos. Sempre estiveram e sempre estarão.
Miguel Ferreira