Tal como a febre é um indicador de que algo não está bem com o nosso corpo, também as nossas emoções têm a função de sinalizar o que ocorre na nossa mente, consciente e inconsciente, trazendo sempre uma mensagem sobre o que se passa no nosso íntimo. É por isso que podemos afirmar que as emoções são 100% úteis.
Naturalmente ninguém se sente confortável quando é invadido pela raiva ou dominado pela tristeza. No entanto, e ainda que a sensação gerada pela emoção de raiva ou tristeza, não seja agradável, toda e qualquer emoção é 100% boa por ser útil ao nosso autoconhecimento. Saber interpretar a mensagem que a tristeza ou a raiva trazem para si é a chave que irá libertá-lo das prisões emocionais, percebendo a intenção positiva.
Então, se as emoções são 100% boas/úteis o que pode torná-las tóxicas?
Deixo-vos aqui uma história que poderá responder a isso:
“Um palestrante que falava sobre a gestão do stresse, levantou um copo com água e perguntou à plateia – Quanto é que acham que pesa este copo d’água? As respostas variaram entre 20g e 500g. O palestrante então respondeu – Não importa o peso absoluto. Tudo depende do quanto tempo que irei segurá-lo. Se o segurar durante um minuto, tudo bem. Se o segurar durante uma hora, irei ter dores no braço. Se o segurar durante um dia inteiro, terei que chamar uma ambulância. O peso é exatamente o mesmo, mas quanto mais tempo passo a segurá-lo, mais pesado vai ficando. Se carregamos os nossos pesos constantemente, mais tarde ou mais cedo não seremos capazes de continuar, pois a carga vai-se tornando cada vez mais pesada. É necessário largar o copo e descansar um pouco antes de segurá-lo novamente. É fundamental deixar a carga de lado, periodicamente, para nos aliviar e torna-nos capazes de continuar. Portanto, antes de voltar para casa, deixe o peso do trabalho num canto. Não o carregue para casa e se quiser poderá recolhê-lo amanhã. A vida é curta, aproveite-a!”
Assim, no que diz respeito às nossas emoções, esta metáfora encaixa-se perfeitamente, pois elas são em si 100% úteis e boas para nos consciencializarem acerca de nós mesmos. No entanto, certas emoções como a raiva, o medo, a tristeza, o ciúme, a irritação, podem tornar-se tóxicas e prejudiciais, sobretudo, quando retidas durante muito tempo no nosso “palácio mental” (nossa mente), desencadeando a Depressão, Desordens de Ansiedade, Síndrome do Pânico, transtornos e outras doenças psicossomáticas.
Nesta perspetiva, é muito importante que cada um procure ajuda especializada (Terapia, Cursos, Livros), com o intuito de aprender a interpretar, de forma eficiente e rápida, a mensagem de cada emoção, sem se deixar intoxicar, sem se tornar uma vítima de si mesmo!
Não basta tomar um medicamento, sem entender a causa ou a componente emocional que levou, por exemplo, a uma Depressão ou até a um Episódio de Pânico. O medicamento é como uma “boia”. Diante de um afogamento eminente, esta boia é útil e necessária, mas o ideal é que depois se aprenda a nadar. Nos tempos que correm, os antidepressivos são extremamente vantajosos porque mantêm a pessoa viva, ajudando-a a levantar-se da cama e a sobreviver. Não obstante, verificamos que os mesmos medicamentos não são capazes de proporcionar paz interior, de provocar brilho no olhar ou sequer um sorriso aberto de quem tem a genuína alegria de viver! Isso só será possível se aprender a lidar consigo mesmo!
Em Programação Neurolinguística, um dos temas que trata deste aspeto é a chamada Teoria das Partes. Aprofunde o seu conhecimento sobre este assunto e liberte-se das ataduras.